Era um ninho de mulheres bem paridas. Avós, tias, afilhadas. Uma sucessao de ancas largas, olhos azeitona, cabelos ondulados, seios fartos. Havia as ingênuas e as desbocadas, as exageradas e as silenciosas, as altivas e as espírito-de-porco - guerreiras, todas. Casamentos desencaixados, asfixiados, combalidos. Gargalhavam, juntas, das suas desgraças. Mestruavam, faziam o almoço, quaravam a roupa. E sentiam-se uma só.
Gabriela Sandes
domingo, 27 de setembro de 2009
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Muito bom! Você recria bem um certo universo feminino, que é particular, masd também universal. Gostei bastante!
ResponderExcluirAntonella
Também gostei muito. E esta saga existe desde que o tempo é tempo e em todas as camadas sociais.
ResponderExcluirLais
Muito gostoso, me senti em casa.
ResponderExcluirBjs,
patricia
PRO:
ResponderExcluirMuito bom, muito bem escrito, muito real. Gostei do final.
CON:
¨Gargalhavam, juntas, das suas desgraças.¨ Ta certo todas essas virgulas?
(Sou péssimo em gramática, então a pergunta e seria)
Está, sim. Ela é opcional e pode ser empregada para dar ênfase. Com a vírgula, torna-se aposto.
ResponderExcluirAntonella
Adorei o texto, me é muito familiar e concreto, além de bem escrito e facil entendimento.
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